ZUMBIDO
Sinônimos:
Acufeno, tinnitus, tinido.
O que é?
É um som que não está ao nosso redor mas dentro de nós (dentro da via auditiva). Pode ser percebido no(s) ouvido(s) ou na cabeça e pode ter uma única ou múltiplas causas.
O zumbido não é uma doença mas um sintoma, uma percepção auditiva fantasma cuja intensidade é impossível de ser mensurada. A percepção do zumbido está relacionada com o aumento dos impulsos elétricos que a via auditiva envia ao cortex cerebral.
Como é?
O barulho (zumbido) pode ser referido como um chiado, apito, barulho de chuveiro, de cachoeira, de concha, de cigarra, do escape da panela de pressão, de campainha, do esvoaçar de um inseto, de pulsação do coração, etc. Pode ser de forma contínua ou intermitente, mono ou politonal.
O zumbido causa sofrimento?
Cerca de 17% da população mundial tem zumbido. A maioria relata o zumbido apenas como um incomodo, outros dizem que certas funções como o sono e a concentração estão prejudicadas. Em sua forma severa, que corresponde a cerca de 20% dos casos o zumbido causa sofrimento. É a queixa principal e freqüentemente dramática na consulta médica. Em geral são pessoas acometidas também por outros transtornos, principalmente os de natureza psiquiátrica. O grau de desconforto, intolerância ou incapacidade quase sempre não estão relacionados com o grau de intensidade do zumbido. Os transtornos de humor (depressão, distimia) e ansiedade, freqüentemente presentes, exercem fortes influências no agravamento do sintoma zumbido.
Zumbido tem causa?
Em geral nenhuma causa especifica pode ser estabelecida para o tipo comum (subjetivo) de zumbido. Perda auditiva, infecção no ouvido,obstrução do conduto auditivo ( cerume), ingestão de determinados medicamentos , exposição prolongada ao ruído, tumor, são fatores entre outros , que podem estar associados com o zumbido. Se for do tipo objetivo ou vibratório (incomum) as causas são vasculares (pulsáteis) ou musculares (clipes).
Como o médico faz o exame?
O medico ouve, examina e pede os exames complementares necessários: audiologicos, laboratoriais, eletrofisiológicos e de imagem. Atenção especial deve ser dada à vida psíquica do paciente.
Como se trata?
Os pacientes com zumbido severo, agudo ou crônico severo, ou seja, o zumbido que causa sofrimento, necessitam do que chamamos de um tratamento/controle, termo usado para referir-se a quaisquer modalidades conhecidas de terapia que oferecem alivio ao paciente de sintomas que o afligem.
A. Tranquilizar o paciente: dizer que o zumbido não é uma ameaça para sua saúde. Assegurar que vai melhorar. Incentivar a prática de medidas que melhoram a qualidade de vida: alimentação regrada, atividade física regular e controle da vida psíquica. | |
B. Avaliação psiquiátrica | |
C. Medicamentos: ansiolíticos, zinco (se necessário). O íon zinco participa na neurotransmissão na via auditiva central. A carência pode estar relacionada com algum tipo de zumbido. | |
D. Terapia cognitiva/comportamental: baseia-se na modificação do comportamento através da aplicação de técnicas de “descondicionamento”. A finalidade é orientar, ensinar e usar técnicas comportamentais que levam à habituaçao. Um exemplo de terapia cognitiva/comportamental é a Terapia de Habituação (Tinnitus Retraining Therapy – T.R.T). A T.R.T envolve dois princípios básicos: orientação e terapia sonora (ou acústica) |
1. Orientação: primeiro principio básico da T.R.T. O paciente precisa estar ciente que o tratamento básico não será com a ingestão de remédios, mas com a importante participação dele mesmo na prática de exercícios mentais que visam a habituação ao distúrbio que o acomete. Controle da mente com técnicas de meditação são estimuladas, alem do acompanhamento psicoterápico muitas vezes necessário.
2. Terapia sonora: segundo principio básico da T.R.T. A finalidade é “EVITE O SILÊNCIO” proporcionando um enriquecimento sonoro através de aparelhos eletrônicos colocados no meio ambiente ou diretamente no ouvido do paciente. Existem quatro maneiras de se fazer a terapia sonora.
a) Geradores externos de som: uteis principalmente à noite na hora de dormir, quando o silêncio é maior. Existem CD’s com sons suaves e relaxantes (música, sons da natureza). Os travesseiros com alto-falantes são indicados quando existe a preocupação de incomodar o (a) companheiro (a).
b) Aparelho auditivo: freqüentemente pacientes com zumbido apresentam também perda auditiva. Nestes casos um aparelho auditivo, utilizado para melhorar a audição vai fazer o enriquecimento sonoro pela percepção de novos sons que antes não eram ouvidos.
c) Geradores de som: esteticamente semelhantes aos aparelhos auditivos. A intensidade do som que eles emitem diretamente no canal do ouvido, deve ser regulado em intensidade menor do que a do zumbido, evitando-se mascará-lo, para seguir o preceito determinado pela TRT, a habituação .
d) Gerador de som acoplado ao aparelho auditivo: são sistemas combinados usados nos casos de perdas auditivas significativas e zumbido. O tratamento TRT induz à habituação ao som do zumbido e isso ocorre a partir do momento em que o som não provoca nenhuma reação importante ou sentimentos negativos no paciente. Trata-se de tratamento longo (18 a 24 meses).
Outros métodos de tratamentos:
Estimulação magnética transcraniana: consiste na aplicação diária de estímulos magnéticos repetitivos de baixas freqüências na região temporal do cérebro durante uns 10 dias. | |
Estimulação elétrica da via auditiva: os estímulos são usados diretamente sobre as estruturas neurosensoriais da cóclea. | |
Acupuntura, hipnose: citados em algumas fontes. |
Como o Zumbido evolui?
Os pacientes, submetidos à terapia de habituação, conseguem controlar o zumbido evitando as reações e os sentimentos negativos associados com o incômodo.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Zumbido tem cura?
Por que estou com zumbido?
O meu zumbido tem cura?
Se o meu zumbido não tem cura no momento, o que devo fazer para conviver com ele?
Referências Bibliográficas:
1. Sanchez TG. Zumbido: análise crítica de uma experiência clínica e de pesquisa. 2003.21p Tese (Livre-Docência) Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.
2. Tyler RS and Bergan CS. Tinnitus Retraining therapy, A modified approach – The Hearing Journal. 2001. Vol 54, nº 11