TERAPIA POR ONDAS DE CHOQUE (TOC)
Aplicada ao sistema musculoesquelético
“Extracorporeal Shockwave Therapy = ESWT”
Durante a última Guerra Mundial, foi observado que marinheiros nadadores, os quais foram expostos à explosões de bombas, apresentavam-se intactos externamente, porém, em seus tecidos internos apareciam sinais de regeneração celular ou leve trauma, o que foi atribuído às ondas de choque propagadas dentro da água, desencadeadas por estas explosões. Assim, surgiu, rapidamente, o interesse pelos efeitos biológicos e uso médico destas ondas.
 
1971: | 1ª desintegração cálculo renal (Haeusler/Kiefer) |
1986: | 1ª aplicação em osso de cobaias (Haupt) |
1988: | 1º tratamento pseudoartrose em humano (Valchanov) |
1992: | 1º tratamento tendinose calcárea ombro (Dahmen/Loew) |
A onda de choque (ou onda de impacto) é um pulso sônico ou uma energia cinética. Sua força de transmissão depende das propriedades físicas do tecido aplicado (líquido ou sólido). Por isso, existem equipamentos específicos para utilização em cada área: urologia e ortopedia. Dentre os diferentes métodos de geração de ondas existem:
 
um sistema eletrohidráulico | |
um sistema eletromagnético | |
um sistema piezoelétrico |
As ondas de choque agem de diversas maneiras:
 
a) | ação mecânica, causando formação de microbolhas que eclodem fragmentando a calcificação; |
b) | ação analgésica por intenso estímulo local, liberando enzimas locais que atuam na fisiologia da dor; |
c) | ação vascular, provocando microvasos que melhoram a irrigação e oxigenação local e conseqüente reabsorção dos depósitos calcáreos ou cicatrização tecidual. |
A TOC é um tratamento reconhecido pela Comunidade Médica Européia e aprovado pelo FDA (Estados Unidos) e vem sendo divulgada pela International Society for Musculoskeletal Shockwave Therapy (ISMST).
As indicações ortopédicas da TOC são:
 
calcificações em tendões nos ombros; | |
epicondilites do cotovelo (Tennis elbow); | |
fasceíte plantar nos pés (“esporão do calcâneo”); | |
pseudoartroses (fraturas que não consolidaram após um período de 6 meses); | |
bursite trocanteriana. |
Como contra-indicações, temos:
 
tumores musculoesqueléticos; | |
infecções no local (abscesso); | |
distúrbios da coagulação sangüínea; | |
nos ossos em crescimento (nas fises). |
A Sociedade Brasileira de Terapia por Ondas de Choque (SBTOC) e a ISMST, recomendam o tratamento convencional dessas patologias, por exemplo: medicamentos, fisioterapia, palmilhas, aparelhos de imobilização, conforme o caso; e, geralmente, após um período de 6 meses, sem obter resultado satisfatório, é que utilizam a TOC. Assim, tem-se evitado uma série de cirurgias desde que se iniciou com a TOC.
Em geral, são recomendadas até 3 aplicações, com intervalo mínimo de 3 semanas, porém, existem casos (40-50%) em que uma única aplicação resolve o problema. Alguns pacientes conseguem alívio imediato e por definitivo, enquanto outros devem aguardar até 6 ou 12 semanas pelo resultado final, pois dependerá da capacidade individual de cicatrização e do estágio de evolução da doença. Os procedimentos são realizados ambulatorialmente e, em média, demoram entre 20 a 40 minutos. Não é necessária nenhuma preparação especial. Apenas se utiliza anestesia por sedação ou anestesia local por infiltração nos casos de dor aguda ou de alta sensibilidade à dor (5 %).
Autores:
Dr. Bernard Fabio Meyer
Dr. Mauro Meyer