Infecção Urinária – Cistite

INFECÇÃO URINÁRIA: CISTITE

Sinônimo: Infecção urinária baixa

Cistite é o nome que se dá para doenças inflamatórias e/ou infecciosas da bexiga. Por isso, é também chamada de infecção urinária baixa.

A cistite inflamatória sem infecção pode ter várias causas, como produtos químicos, medicamentos, doenças alérgicas, parasitárias, imunológicas e irradiação.

Neste artigo, vamos tratar somente da cistite infecciosa, que é causada principalmente por bactérias, mas também por fungos e vírus.

A cistite pode ser acompanhada de uretrite, prostatite e até pielonefrite (infecção urinária alta). A grande maioria das cistites não é complicada, porque não há obstruções, cálculos e malformações do trato urinário.

Incidência

A cistite é muito comum, ocorre em 3% das meninas e 1% dos meninos até os 10 anos de idade. Aproximadamente, 50% das mulheres farão cistite durante a sua vida. As mulheres em atividade sexual farão, no mínimo, um episódio de cistite a cada dois
anos. A incidência de infecção urinária em homens é muito menor do que nas mulheres. Em média, ocorrem 5 a 8 casos de cistite por 10.000 homens, quase sempre resultantes de fatores obstrutivos (malformações, cálculos), diabetes mellitus e rim policístico.

Estudos já mostraram a importância social e econômica da cistite, pois, em média, o paciente tem sintomas durante seis dias, em três, há restrição de atividades e, ao menos em um, há necessidade de repouso.

Como se adquire ?

As cistites mais freqüentes são causadas por germes da flora bacteriana oriundos do trato intestinal. Nas mulheres, as bactérias contaminam o intróito vaginal, possibilitando a entrada delas pela uretra e atingindo a bexiga. Aí localizadas, as bactérias entram em luta com as defesas do organismo e, se vencerem, surge a infecção urinária. Em algumas situações, nas pessoas sem defesa ou com fatores facilitadores, as bactérias podem avançar pelos ureteres até o rim, provocando pielonefrite (infecção urinária alta ou renal).

As mulheres, em atividade sexual freqüente, têm maior risco de invasão bacteriana na bexiga por terem a uretra curta. O uso de espermicidas, diafragma, chuveirinho e absorventes internos facilitam a contaminação da bexiga por bactérias da região peri-anal.

Os homens têm menos infecção urinária porque é mais difícil contaminar a uretra, por ser longa e não estar em contato com a região peri-anal. Outro fator que ajuda a evitar a infecção urinária, no homem, é que os fluidos prostáticos têm substâncias bactericidas.

O que se sente e como se manifesta?

Os pacientes com cistite queixam-se do aumento da freqüência das micções (polaciúria), da urgência miccional (micção imperiosa), de dor na bexiga (cistalgia), de ardência e dificuldade para urinar (disúria). A urina pode apresentar odor característico (mau cheiro) e raias de sangue. Desconforto geral, dores lombares baixas e irritação podem acompanhar o quadro. Febre geralmente não acompanha as cistites no adulto. A febre leve ou moderada pode estar presente nas crianças. Há situações em que o paciente tem germes na urina sem sintoma algum. É o que se chama de bacteriúria assintomática, bactérias na urina sem sintomas.

A cistite pode ser acompanhada de: uretrite, prostatite, vaginite e pielonefrite. A vaginite pode ser considerada quando houver corrimento, mau cheiro, prurido (coceira) e dor vaginal acompanhada de ardência para urinar.

Como se faz o diagnóstico?

Quando se suspeita de IU, a confirmação do diagnóstico é feita através de pesquisa e do encontro de bactérias na urina. A urocultura é considerada positiva quando o número de bactérias é superior a 100.000 por mililitro de urina. Contagens inferiores podem representar contaminações externas ou significar infecção urinária. Nestes casos, é importante a análise criteriosa do médico. Por todos estes motivos, a coleta da urina deve ser muito bem feita, como foi discutido no artigo Infecção Urinária.

Como se trata?

A infecção deve ser tratada precocemente e com toda a atenção. O tratamento deve ser específico para cada tipo de microorganismo infectante. A escolha do antibiótico mais adequado é baseada no antibiograma, que analisa e quantifica a resposta das bactérias aos antibióticos estudados na urocultura.

Além do tratamento por antibióticos, deve-se afastar todas as causas que possam provocar novas infecções, vistas no artigo Infecção Urinária.

Como se previne?

Para prevenir e/ou diminuir as possibilidades de infecção urinária, algumas ações são muito importantes.

Algumas atitudes, se observadas continuadamente, ajudam na prevenção da infecção urinária:

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Beber líquidos em abundância (acima de 2 litros por dia)
Urinar freqüentemente de 3/3 horas (é o ideal)
Fazer sexo seguro, evitando as infecções sexualmente transmissíveis
Urinar após relações sexuais

Para as mulheres é especialmente recomendado:

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Limpar-se sempre da frente para trás após defecar
Lavar a região peri-anal após as evacuações
Não usar absorventes internos
Evitar diafragma, espermicidas e chuveirinho
Evitar o uso constante de roupas íntimas de ” Nylon” e jeans
Evitar o uso indiscriminado e, sem justa causa, de antibióticos