Gestação e Problemas Respiratórios

GESTAÇÃO E PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS

A gestação provoca alterações importantes na fisiologia da respiração. Mudanças mecânicas, como o aumento do volume uterino, e metabólicas (alcalose respiratória) alteram a função respiratória.

Devido a isso até 60% das grávidas sem doença pulmonar, têm dispnéia (dificuldade respiratória) que, geralmente, não produz restrição às atividades da gestante.

Essa dispnéia durante a gestação tem sido atribuída a percepção da gestante da hiperventilação normal da gestação (aumento da freqüência respiratória – número de movimentos respiratórios por minuto) como inadequada.

 

ASMA

O que é?

Asma é uma doença crônica, incompletamente conhecida, que se caracteriza por vias aéreas hiper-reativas com espasmo brônquico e aumento das secreções (muco) dentro das vias aéreas.

Apesar da asma ser considerada uma doença crônica, ataques de asma ocorrem quando a paciente entra em contato com alergenos, produtos químicos, infecções, variações bruscas da temperatura, etc.

A gravidade da doença varia, mas na maioria das vezes é controlada com medicações.

O que se sente?

A gestante com asma tem os mesmos sintomas das pacientes não gestantes. Geralmente ocorre respiração curta, falta de ar, chiado no peito (sibilos), tosse e secreção. Ataques de asma podem afetar a função pulmonar, pois a quantidade de oxigênio que chega até o sangue diminui, diminuindo também o fluxo placentário.

Como se faz o diagnóstico?

A asma se apresenta como uma falta de ar aguda, sibilos e tosse. Existe comumente uma história de episódios similares no passado.

A ausculta do tórax revela em geral aumento da fase expiratória com sibilos (chiado) generalizados.

Asma na gestação

Os efeitos da gestação na asma ou vice-versa são variáveis. Durante a gestação a asma pode apresentar melhora, ficar inalterada ou piorar.

Aproximadamente um terço das pacientes asmáticas piora durante a gestação. Quanto mais grave for a asma antes da gestação maior a chance de piorar durante a mesma. Quando em gestações anteriores a asma piorou é de se esperar piora em futuras gestações.

Efeitos sobre o feto

Asma leve ou asma controlada com medicações parece não trazer riscos para o feto.

Ataques de asma e asma grave diminuem a oxigenação fetal estando relacionados a prematuridade e baixo peso ao nascer.

O controle da asma grave reduz a mortalidade perinatal.

Como se previne?

Pacientes asmáticas devem evitar os fatores que desencadeiam a crise como alergenos, frio, exercício, infecções. Pacientes asmáticas que necessitem controle com medicação devem fazê-lo rigorosamente.

Como se trata?

O tratamento da asma é realizado normalmente com medicações da classe dos broncodilatadores, xantinas, corticosteróides. As medicações podem ser administradas por via oral ou via inalatória.

Apesar da maioria das medicações para asma poderem ser utilizadas durante a gestação, você deve consultar seu médico quanto ao uso de qualquer medicação durante a gestação.

TUBERCULOSE (TBC)

Atualmente existe um aumento da incidência de tuberculose (TBC) em mulheres e homens em idade reprodutiva, o que acarreta a maior probabilidade de diagnosticarmos TBC durante a gestação.

A transmissão e a evolução da tuberculose na gestação é similar a de não gestantes.

Mulheres grávidas com TBC que fazem o tratamento adequado têm o mesmo prognóstico que mulheres não grávidas e também o mesmo prognóstico para a evolução da gestação que gestantes sem TBC.

As medicações de primeira linha utilizadas na TBC, apesar de cruzarem a placenta não se mostraram teratogênicas (que provocam malformações). Medicações de segunda linha, entretanto, podem ser teratogênicas.

VOCÊ DEVE CONSULTAR SEU MÉDICO QUANTO AO USO DE QUALQUER MEDICAÇÃO DURANTE A GESTAÇÃO