HIPERPARATIREOIDISMO
Sinônimos:
Aumento no funcionamento das paratireóides, tumor de paratireóide.
O que é?
Doença caracterizada pelo excesso de funcionamento das glândulas paratireóides, causando aumento do hormônio da paratireóide (PTH) e levando a sinais e sintomas decorrentes do aumento de cálcio no sangue (hipercalcemia), na urina (hipercalciúria) e da retirada de cálcio dos ossos (osteoporose e cistos ósseos). Pode ser provocada por tumores benignos (adenomas), hiperplasia ou muito raramente por tumores malignos das glândulas paratireóides.
Como se desenvolve ou se adquire?
Os adenomas não têm causas conhecidas. As hiperplasias podem ocorrer em decorrência de alterações geneticamente transmitidas, sendo portanto familiares. Nesta situação são conhecidas as mutações que provocam estas alterações, além de ocorrerem associações com outras doenças glandulares, constituindo as adenomatoses endócrinas múltiplas que envolvem o pâncreas, as supra-renais, a tireóide e a hipófise. Os raríssimos casos de tumores malignos não têm causas definidas.
O que se sente?
Os sintomas podem ser decorrentes da hipercalcemia, dependendo dos seus níveis e do tempo de evolução. Assim, a hipercalcemia leve (até 11 mg/dl) pode ser totalmente assintomática, sendo descoberta ocasionalmente em exame laboratorial de rotina. Na presença de níveis mais elevados surgem sintomas de fraqueza muscular, perda de apetite, fadiga, emagrecimento, formigamentos, constipação, dor abdominal, náuseas, vômitos, aumento do volume urinário, sonolência, dificuldade de concentração, confusão mental, depressão e psicose, dores ósseas e coceiras. Quando o quadro persiste por tempo prolongado surgem sintomas digestivos que podem se associar à úlcera duodenal e pancreatite, cólica renal, insuficiência renal, atrofia muscular, alterações visuais, acentuação das dores ósseas, hipertensão arterial e alterações do eletrocardiograma.
Na medida em que os sintomas do hiperparatireoidismo são sintomas gerais, é recomendada a dosagem do cálcio em todas os pacientes que apresentam os sintomas acima descritos.
Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é estabelecido a partir de dosagens de cálcio no sangue elevadas associadas com aumento dos níveis do PTH (hormônio da paratireóide). As alterações ósseas podem ser demonstradas através de radiografias das mãos, ossos longos, coluna, crânio e arcada dentária. As alterações renais podem ser avaliadas através de ultra-sonografia abdominal. Após a demonstração de aumento do cálcio e do PTH deve-se buscar a causa destas alterações através de exames de imagem na região do pescoço (ultra-sonografia, cintilografia, tomografia e ressonância magnética).
Como se trata?
Se a hipercalcemia for severa (acima de 13 mg/dl), a mesma deve ser manejada através de hidratação por via oral, estimulando o paciente a ingerir pelo menos 2 litros de água por dia, ou por via endovenosa, através da administração de soro fisiológico (2 a 4 litros por dia). Se estas medidas não forem eficientes, podem ser associados diuréticos, cortisona, calcitonina ou bifosfonatos. A correção da hipercalcemia é sintomática, uma vez que o tratamento curativo é realizado através da cirurgia das paratireóides, que consta da retirada do adenoma ou do carcinoma, quando esta for a causa do hiperparatireiodismo, ou da retirada das quatro glândulas paratireóides e implante de uma delas em região do antebraço ou do pescoço, quando a causa for a hiperplasia das glândulas. A demonstração destas causas em geral é detectada somente durante o procedimento cirúrgico, motivo pelo qual a cirurgia proposta é denominada “cervicotomia exploradora”. Os exames pré-operatórios podem ser úteis para indicar previamente uma das possibilidades diagnósticas.
Como se previne?
Nos casos familiares, é importante a dosagem periódica do cálcio em todos os familiares em primeiro grau, a partir da puberdade. Nestes casos, se estiver disponível, pode ser realizada também a pesquisa da mutação associada às diversas adenomatoses múltiplas.