Câncer de Próstata – Detecção Precoce

DETECÇÃO PRECOCE PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA

Sinônimos

Exame Preventivo de Câncer de Próstata

O que é detecção precoce ou screening de um tipo de câncer?

Detecção precoce ou screening para um tipo de câncer é o processo de procurar um determinado tipo de câncer na sua fase inicial, antes mesmo que ele cause algum tipo de sintoma. Em alguns tipos de câncer, o médico pode avaliar qual grupo de pessoas corre mais risco de desenvolver um tipo específico de câncer por causa de sua história familiar, por causa das doenças que já teve ou por causa dos hábitos que tem, como fumar, consumir bebidas de álcool ou comer dieta rica em gorduras.

A isso se chama fatores de risco e as pessoas que têm esses fatores pertencem a um grupo de risco. Para essas pessoas, o médico pode indicar um determinado teste ou exame para detecção precoce daquele câncer e com que freqüência esse teste ou exame deve ser feito. Para a maioria dos cânceres, quanto mais cedo (quanto mais precoce) se diagnostica o câncer, mais chance essa doença tem de ser combatida.

Qual é o teste que diagnostica precocemente o câncer de próstata?

A próstata é uma glândula masculina que se localiza entre a bexiga e o reto. Essa glândula participa da produção do sêmen, líquido que carrega os espermatozóides produzidos no testículo. Ela envolve a uretra e seu tamanho normal é de uma azeitona. Essa glândula é composta por vários tipos de células, mas o câncer mais conhecido como câncer de próstata é aquele do tipo adenocarcinoma.

Não se sabe qual o mecanismo que leva as células glandulares da próstata a sofrerem uma malignização e, apesar de se ter lesões precoces reconhecíveis, como a neoplasia intracelular de próstata, lesões benignas precursoras não são comumente identificáveis.

Os exames realizados para se detectar, precocemente ou não, esse tipo de câncer, são:

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o toque retal
o exame de ultra-sonografia transretal
o exame de PSA (antígeno prostático-específico).

Como o médico faz esse exame?

O exame de toque retal é aquele em que um médico especialista ou profissional treinado introduz o dedo indicador recoberto por uma luva no ânus do paciente afim de palpar a porção anterior do reto, região em que se localiza a próstata. Se há uma aumento da glândula ou a presença de endurecimento ou nódulos, o examinador pode definir aonde se localiza essa alteração e recomendar outros exames diagnósticos mais detalhados para se descartar ou não a possibilidade de uma alteração neoplásica.

O exame de ultra-sonografia ou ecografia transretal é um exame em que um transdutor (aparelho que emite uma onda sonora e o seu eco é captado pelo mesmo aparelho para gerar uma imagem na tela de um monitor) é introduzido no reto do paciente através do ânus, e assim, de modo semelhante ao exame do toque retal, a próstata e as outras estruturas do assoalho pélvico são visualizados para se detectar alterações de tamanho ou forma.

O PSA, ou Antígeno Prostático-Específico, é um exame de sangue que mede níveis de uma substância relacionada a alterações presentes na próstata. Na maioria das vezes, quando muito aumentado, significa que houve uma alteração maligna das células dessa glândula. Porém, quando os níveis estão levemente aumentados, pode ser devido a qualquer outra alteração da próstata, inclusive um toque retal recente. Por outro lado, alguns pacientes com câncer de próstata não tem esse exame alterado.

Durante muitos anos, o único exame realizado para detectar alterações na próstata foi o toque retal. Desta época, sabe-se que é um exame relativamente fácil de ser feito, sem grandes complicações ou efeitos colaterais associados. Sabe-se também que esse exame é capaz de diagnosticar esse tipo de câncer na sua fase bem inicial, quando feito regularmente. Porém, nenhum estudo demonstrou que fazer esse exame anualmente ou duas vezes por ano diminui a chance de morrer por esse tipo de câncer.

Ou seja, o fato de se aumentar o número de pacientes que se diagnostica o câncer na sua fase inicial não significa necessariamente que o conjunto de homens que terão esse tipo de câncer vão ter uma evolução melhor do que teriam, morrendo menos por causa desse tipo de tumor.

No final da década de 80, o uso de ultra-sonografia transretal e exame de PSA começou a crescer. E o número de diagnóstico desse tipo de câncer também cresceu. Após algum tempo, notou-se que uma série desses tumores eram tumores na sua fase inicial os quais, fossem tratados ou não, não necessariamente significava que teriam uma melhor evolução. Concluiu-se daí que estes exames diagnosticavam muitos tumores que, se não tivessem sido diagnosticados por este métodos de screening, talvez nunca se transformassem na doença propriamente dita. Poderiam na verdade estar transformando uma pessoa saudável em uma “pessoa saudável com diagnóstico de câncer”, com todo o peso que isto pode trazer. Inclusive, estudos post-mortem (necrópsias) mostram que até 45% dos homens acima de 45 anos podem ter esse resultado sem nunca ter sido diagnosticado em vida.

A utilização de dois ou mais exames de detecção precoce associados parece aumentar a capacidade desses exames identificarem aqueles casos de câncer que podem evoluir desfavoravelmente. Grandes estudos estão sendo realizados na Europa e nos Estados Unidos para se desenvolver exames mais específicos para esse tipo de câncer e também uma estratégia de detecção precoce que realmente diminua a mortalidade pelo tumor de próstata. Atualmente, recomenda-se que homens com fatores de risco definidos para esta neoplasia ou que apresentem sintomas devam fazer exames de toque retal regularmente e exame de PSA e ultra-sonografia transretal conforme indicação de seu médico assistente, pelo menos dos 50 aos 75 anos.

Quais os fatores de risco mais comuns associados ao câncer de próstata?

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Idade:

Câncer de próstata é muito raro em homens de menos de 50 anos, porém após essa época, a chance de desenvolvê-lo aumenta com a idade indefinidamente de forma linear.

Raça:

Esse tipo de câncer parece ser mais comum em homens negros, mesmo quando a possibilidade de fazer o diagnóstico é comparável. Homens negros americanos, aonde essa relação entre raça e câncer de próstata foi mais estudada, também morrem mais por esse tipo de câncer do que homens brancos.

História familiar:

Ter tido um familiar próximo, como pai, irmão ou filho com esse tipo de câncer, aumenta a chance de uma pessoa desenvolver câncer de próstata.

Dieta:

Consumo excessivo de álcool, dieta com pouca fibra e poucas fontes de vitaminas também são fatores de risco para esse tipo de câncer.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico

Faço xixi várias vezes de noite. Será que tenho que fazer um exame para saber se tenho câncer na próstata?

Meu marido teve câncer de próstata, mas continuamos a ter relações sexuais. Eu posso “pegar” o câncer dele?